Durante o processo de seleção das Organizações da Sociedade Civil (OSCs) que atuam com educação, no primeiro edital de apoio do Instituto Órizon, encontramos algumas organizações que já possuíam uma gestão bem sólida e estruturada, e assim não precisavam do apoio como previsto no formato do edital. Mas elas reportaram a necessidade de dar impulso para seus processos de digitalização da oferta social. Assim, decidimos criar uma frente de apoio focada em ajudá-las nesse desafio da digitalização. Com essas OSCs construímos planos, ou teses de digitalização, com o objetivo de identificar o que eles precisavam e como transformar em realidade.
E nesse cenário, a Fundação Iochpe, que há mais de 30 anos, se dedica a apoiar profissionais, instituições e empresas em suas ações de investimento social, com foco especialmente em ações de educação profissional e arte educação, foi a organização que mais precisava atualizar um dos seus principais programas, o Formare, focado na educação profissional. O programa, baseado em uma metodologia de desenvolvimento de competências, foi constituído para ser desenvolvido dentro de empresas, através da ação voluntária dos colaboradores que são preparados para atuarem como educadores voluntários. Adota currículos personalizados de curso e utiliza a empresa como ambiente de aprendizagem para atender jovens em situação de desvantagem econômica e social e prepará-los para o mundo do trabalho.
O Formare existe há mais de 3 décadas e já formou milhares de jovens que aumentaram sua empregabilidade, mas a Fundação Iochpe identificou que o programa precisava passar por uma transformação digital para ter maior alcance em seu impacto social, especialmente a partir de 2020, no contexto da pandemia da Covid-19. De um modelo 100% presencial, o Formare teve que passar para formatos digitais ou híbridos. O primeiro passo nessa nova fase foi o desenvolvimento de um projeto piloto para a criação da Mentorare, uma plataforma web para mentoria de jovens construída e testada em 2021, com recursos do JP Morgan Chase e apoio de parceiros, que agora se encontra em fase de correções técnicas para implantação em empresas da Rede.
Esse projeto-piloto, além do apoio do JP Morgan Chase, teve a participação da Austral Holding(Austral Seguradora e Austral Resseguradora), parceira do Instituto Órizon. Mais de 35 funcionários da Austral participaram do projeto, pelo qual jovens da Região Sul de São Paulo poderiam construir seu Projeto de Vida de Trabalho, em Trilhas Autoinstrucionais ou Mentoradas. Ao finalizar a etapa na plataforma, sem medição, o aluno recebe um portfólio personalizado para colocar o projeto em prática. Os profissionais da Austral, de forma voluntária, deram apoio nas diversas fases e etapas do desenvolvimento da plataforma, contribuindo, por exemplo, na criação da linguagem, conteúdo e diversos pontos de melhoria, realizando desde as palestras de preparação até a pesquisa de feedback ao final. Em 2021, o piloto teve 237 jovens estudantes da rede pública impactados. Destes, 172 receberam bolsa e 119 concluíram a trilha.
Nova plataforma utilizará Realidade Virtual imersiva
Com 42h de formação autoinstrucional, que abrange o desenvolvimento de competências básicas para o trabalho e a construção de projeto de vida, o Mentorare foi pensado como parte de um programa integral de educação profissional híbrida: o eFormare. Mais alinhado às novas e futuras demandas do mercado, o eFormare já está em fase de desenvolvimento, com 40 horas de cursos de formação técnica tendo sido produzidas e testadas em uma versão beta, apresentada a cerca de 20 jovens que concluíram o Mentorare em 2021.
É aí que entra o Instituto Órizon, na segunda fase do nosso apoio à Fundação Iochpe em seu processo de digitalização. Firmamos uma parceria com eles que prevê o aporte de cerca de R$ 300 mil para desenvolver a plataforma do eFormare otimizada para ser acessada pelo celular, com aplicativo para os sistemas operacionais iOS e Android. Além do aprimoramento da plataforma do Mentorare com a versão para mobile, nosso apoio vai custear o desenvolvimento dos ambientes de Realidade Virtual desenvolvidos para os cursos de formação de três empresas, dos setores de Tecnologia da Informação, Logística Portuária e Indústria Automotiva. Eles envolvem:
· A produção audiovisual de três vídeos simulando uma jornada de funcionários de empresas, cada um com três atores contratados;
· Produção de 10 fotos 360° e uma foto aérea em três empresas para compor um tour virtual;
· Roteiros para o tour virtual com perguntas e outros recursos;
· Roteiros para projetos integradores;
· 25 imagens com licença ampliada de bancos de imagem.
A nova plataforma já está sendo desenvolvida e em setembro deve ocorrer o primeiro teste, com 40 jovens do programa Formare, e em outubro está previsto o segundo teste, com 100 jovens. Após a conclusão dos testes e análise dos resultados, a plataforma deve estar presente em 10 empresas a partir de 2023, podendo triplicar o impacto social para mais de 3 mil atendidos. A perspectiva é de que, a partir de 2024, o programa eFormare possa ser incorporado à Base Nacional Comum Curricular, como parte do 5º itinerário formativo do Novo Ensino Médio. O programa visa permitir que os estudantes desenvolvam competências de comunicação oral e escrita, raciocínio lógico-matemático (interpretação e análise de dados numéricos), segurança, saúde e direito do trabalho, criatividade e inovação, educação financeira, pensamento computacional e organizacional.
Esse apoio exemplifica bem o que queremos fazer com o Instituto Órizon: ajudar as OSCs que já têm projetos inovadores e de impacto a potencializar esse impacto, dando escala para que eles atinjam muito mais pessoas. É assim que transformamos boas ideias em novas possibilidades e ajudamos a mudar vidas e o rumo da educação brasileira!
Para saber mais:
www.formare.org.br
www.mentorare.org.br
