Alinhamento entre o Investimento Social Corporativo (ISC) e o negócio é estratégico para o setor corporativo

Investimento Social Corporativo (ISC)

No início do ano, trouxemos aqui no Linkedin do Instituto Órizon os destaques da pesquisa do Benchmarking do Investimento Social Corporativo (BISC), realizada pela Comunitas. A pesquisa traz um amplo e aprofundado panorama do Investimento Social Corporativo no Brasil, e além dos principais números que já trouxemos, destrinchando os tópicos do BISC podemos extrair muitos insights sobre como as empresas veem os investimentos sociais atualmente. Um desses tópicos diz respeito a uma tendência cada vez mais importante nesta área: o alinhamento entre o investimento social e o negócio. Esta tendência não é nova, mas só vem se aprofundando nos últimos anos, e deve se intensificar ainda mais.

Basicamente, o alinhamento do investimento social ao negócio é conseguir articular o investimento que a empresa faz em ações sociais ao propósito, missão, visão, valores e materialidade da empresa. Portanto, faz sentido uma empresa de tecnologia investir em ações de educação tecnológica, como cursos de programação para jovens de baixa renda. Já uma empresa da área financeira pode investir em educação financeira, microcrédito e empreendedorismo.

Apesar de ser consenso entre os que responderam à pesquisa do BISC, ainda há muita discordância sobre o que cada empresa entende como alinhamento do investimento social ao negócio, justamente porque ele depende muito do propósito, missão, visão, valores e materialidade. Por exemplo, uma empresa pode entender que é importante haver uma independência entre o ISC e o negócio, enquanto outras podem buscar uma maior integração, visando a geração de valor para a empresa.

Fatores internos e externos direcionam as decisões de ISC

Muitas empresas começaram a realizar ações de responsabilidade social ainda guiadas por uma visão assistencial, na chave da caridade, e aos poucos foram evoluindo para um modelo voltado a impactos sistêmicos e conectado com a materialidade do negócio. Hoje, o ISC já é visto como algo estratégico, e as empresas têm cada vez mais a percepção de que tanto o impacto social quanto o negócio podem se beneficiar mutuamente, em uma relação ganha-ganha. Mas diversos fatores, que podem ser endógenos (externos à organização), ou exógenos (externos, como as políticas públicas e situação econômica do país), influenciam no direcionamento deste investimento.

Entre os fatores endógenos, os principais são a estrutura de governança e a origem dos recursos do ISC. Por exemplo, em empresas vinculadas a matrizes estrangeiras, é muito bom as subsidiárias seguirem as diretrizes globais para o investimento social. Entre os fatores externos de pressão, estão os consumidores, investidores, sociedade civil, enfim, todos os stakeholders da empresa. O estabelecimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU estabeleceu um framework para direcionar as ações, chamando o setor corporativo a assumir uma corresponsabilidade nos impactos de suas atividades no planeta e na sociedade, estreitando a relação entre ISC e os negócios.

Já há quem diga que, em um futuro não muito distante, “todo negócio será social”. Ou seja, a aproximação entre o ISC e o negócio será tão estreita que será difícil distingui-los, e as empresas existirão para gerar impacto social positivo. Pode parecer uma perspectiva utópica, mas seria profundamente transformadora. Há muitos obstáculos para a realização desta utopia: polarização da sociedade, dinâmicas políticas e tensões históricas, como a distinção entre ação social e negócio, bem como o risco de cooptação da ação social pelo negócio são algumas delas.

Para superar esses desafios, as empresas precisam ter um comprometimento concreto com sua responsabilidade social, e entender bem os objetivos e responsabilidades de cada um nesse grande projeto de enfrentar ao mesmo tempo os problemas sociais e preservar o meio ambiente, levando ao verdadeiro desenvolvimento sustentável. As empresas têm um papel fundamental, mas devem agir em parceria com o setor público e o terceiro setor, cada um fazendo o que sabe fazer melhor e se complementando.

Essas informações foram retiradas deste artigo do blog do BISC sobre alinhamento entre ISC e o negócio, que tem mais dados interessantes sobre o tema!

Modelos como o Venture Philanthropy, do qual o Instituto Órizon é referência, podem ser muito valiosos para potencializar o investimento social corporativo alinhado ao negócio. Esse alinhamento está no DNA do Venture Philanthropy, em que empresas e fundos do setor do Private Equity utilizam os conceitos e expertise desenvolvidos nessa área aplicando-os ao investimento social.

Seguiremos divulgando este e outros modelos e tudo o que há de mais recente em tendência sobre Investimento Social Privado e Corporativo aqui no nosso Linkedin e no nosso site!

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