ShiftThePower Global Summit discutiu os rumos da Filantropia Independente

woman reading book

Em 2023, falamos bastante sobre Filantropia Independente aqui no Linkedin do Instituto Órizon. Em julho, abordamos o crescimento desse modelo filantrópico no Brasil e por que ele tem demonstrado eficácia. Já em outubro, falamos sobre os principais desafios da Filantropia Independente, em especial o fortalecimento institucional. Como já explicamos, os fundos filantrópicos independentes são mantidos por recursos de fontes diversificadas e doam também para a mais diversa gama de movimentos sociais, organizações da sociedade civil e outras iniciativas mantidas e direcionadas para a população de baixa renda. Sua estrutura de governança não é ligada a uma empresa ou família, e sim distribuído entre os principais interessados: os beneficiários.

Um dos principais destes fundos é o Global Fund for Community Foundations (GFCF). Sediado na África do Sul, é uma organização global que atua com filantropia independente desde 2006.  O GFCF organizou, no início de dezembro de 2023, em Bogotá, na Colômbia, o #ShiftThePower Global, Summit, um encontro global de entidades filantrópicas independentes, que reuniu ativistas e lideranças de todo o mundo, das diversas áreas dos sistemas internacionais de desenvolvimento, filantropia e sociedade civil. O objetivo do evento foi construir novas redes de relações entre esses diferentes atores que, de uma forma e outra, estão construindo práticas e abordagens de ação social centradas nas pessoas e “de baixo para cima”.

Durante os três dias de evento, os mais de 700 participantes, vindos de 80 países, participaram de um diálogo inclusivo sobre os principais temas que movimentam a filantropia independente na atualidade. Eles trocaram experiências, compartilharam ideias e reafirmaram o compromisso de “shift the power”, ou levar o poder para as populações que mais anseiam pela transformação social. A programação variada abordou, entre outras temáticas, o poder político inerente em nossas escolhas sobre o que é mensurado quando se trata de impacto social – quem o define, para quem serve e como isso molda o trabalho social e seus impactos. Outros tópicos incluíram como elevar vozes locais por meio do storytelling e como desenhar um “ativismo regenerativo” para evitar o burnout entre ativistas e trabalhadores sociais.

Como um evento verdadeiro global, o #ShiftThePower abordou bastante a questão de como descolonizar a filantropia, ainda muito concentrada em organizações sediadas e com o mindset dos países do Norte Global, como os EUA e os membros da União Europeia. Outro tema muito discutido foi como usar a tecnologia para transformar, e não reforçar, as estruturas de poder atualmente existentes. A tecnologia digital pode facilitar modelos mais inclusivos, descentralizados e em rede para compartilhamento de informações, engajamento e tomadas de decisão.

Começando um novo ano, a mensagem do #ShiftThePower Global Summit deve inspirar todos que atuam com filantropia a distribuir melhor o poder no ecossistema do impacto social, para que os principais interessados, as pessoas e comunidades beneficiárias, tenham maior autonomia e voz para a destinação dos recursos. Este é o caminho para uma filantropia realmente transformadora!

Compartilhe:

Veja também

Usamos cookies para melhorar sua experiência em nosso site. Se você continuar a usar o Instituto Órizon, registraremos que está de acordo. Saiba quais dados são recolhidos acessando nossa Politica de Privacidade.

Quer tranformar também?