Pesquisa BISC traz dados sobre o Investimento Social Corporativo no Brasil

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Ao longo de 2023 falamos bastante sobre investimento social privado e corporativo aqui no Linkedin do Instituto Órizon. Em julho, abordamos o crescimento do investimento de impacto socioambiental e os diferentes tipos de Investimento Social Privado (ISP). No artigo mais recente, falamos sobre como empresas podem fazer doações via leis de incentivo fiscal. Sem dúvida, graças a um arcabouço legal mais desenvolvido e a maior percepção da sociedade sobre a importância das empresas também investirem no social, vivemos um momento de expansão do investimento social feito por empresas privadas, de todos os portes e setores.

No finzinho do ano, foi publicada mais uma pesquisa sobre o investimento social corporativo no Brasil trazendo resultados animadores. A Edição 2023 do BISC – Benchmarking do Investimento Social Corporativo, produzida pela Comunitas, revelou que o conjunto de empresas acompanhadas pela pesquisa ampliou a importância que conferem a seus investimentos sociais entre 2021 e 2022. Em relação ao lucro bruto das companhias, o Investimento Social Corporativo (ISC) aumentou de 0,69% para 0,80%. Entre os grandes setores econômicos, o destaque foi para as empresas do setor industrial, que atingiram 1,11% de investimento, maior taxa registrada na série histórica.

O volume de investimentos sociais voluntários mapeados pela pesquisa somou R$ 4,026 bilhões, representando ligeira queda de 6,1% em relação ao ano anterior. Um dado interessante, já que falamos sobre as leis de incentivo fiscal no artigo anterior, é que, após percentual recorde no ano anterior, o investimento social incentivado caiu de 29% do total do ISC, em 2021, para 24% em 2022, enquanto o investimento com recursos próprios se manteve estável. O investimento mediano por empresa foi de R$ 58 milhões no último ano.

Quanto à diversificação de população alvo e temáticas, a maior novidade capturada foi o expressivo aumento de iniciativas voltadas ao apoio emergencial diante de desastres climáticos. Cultura e educação seguem como temáticas que mais recebem recursos. Nos dados regionais, o ISC segue concentrado no Sudeste, mas as organizações estão melhorando seu monitoramento territorial.

O BISC existe desde 2009 e, observando os dados destes 14 anos é possível perceber a evolução histórica do ISC no Brasil neste período. Houve bastante oscilação nos valores destinados ao ISC: em 2009, foi de R$ 2,8 bilhões, chegou a quase R$ 4,5 bilhões em 2012, caiu para R$ 3,3 bi no ano seguinte, chegou a R$ 4,3 bi em 2015 e caiu até R$ 2,7 bi em 2018, o ano mais baixo. Em 2020, com a pandemia da Covid-19, foi o registrado o recorde: R$ 5,8 bilhões. Em relação ao desempenho financeiro das empresas, o sobe e desce foi ainda mais forte, o que mostra como o investimento social corporativo tem relação direta com o resultado financeiro das empresas e, por tanto, com o momento econômico do país.

Criada em 2008 pela ComunitasBR , a pesquisa BISC tem o objetivo de orientar as empresas, seus institutos e fundações na gestão e qualificação do investimento social. Desde então, ajudou a desenvolver parâmetros sobre o investimento social nas empresas, fornecer respaldo e uniformidade conceitual ao campo e construir indicadores padronizados e benchmarkings que permitam comparabilidade. Isso permite aos investidores sociais direcionarem sua inteligência de dados, disseminando boas práticas de reporte do ‘S do ESG’ e conhecimento a todo o campo de impacto social.

Por tudo isso, o Instituto Órizon, que tem o mesmo propósito de ajudar a desenvolver o ambiente de investimento social do Brasil, apoia e divulga iniciativas de pesquisa e estudo sobre este ecossistema, como o BISC!

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