Educação ambiental é chave para prevenir desastres naturais

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A forte onda de calor que assola boa parte do Brasil nas últimas semanas é mais um alerta de que vivemos de fato em uma emergência climática. Potencializado pelo fenômeno El Niño, 2023 deve ser oficialmente o ano mais quente da história, desde que temos medições confiáveis da temperatura global.  Além das ondas de calor em várias partes do mundo, estamos assistindo a cada vez mais fenômenos meteorológicos extremos, como fortes chuvas, enchentes, secas, furacões e ciclones. Hoje, há um consenso científico de que a atividade humana, principalmente a emissão de gases que causam o efeito estufa, é o causador dessas mudanças climáticas.

Assim, se torna cada vez mais urgente a necessidade de uma mudança de rota, com a redução drástica da emissão de carbono e outros poluentes, conservação de ecossistemas, reflorestamento e plantio de árvores, para ao menos desacelerar o ritmo de aumento da temperatura. Mas também é fundamental uma conscientização de todas as pessoas, a nível global, sobre estratégias e ações de mitigação dos desastres naturais, para evitar os piores efeitos do clima extremo, como mortes e pessoas desabrigadas.

Nestas duas frentes – desaceleração do aquecimento global e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas – a educação cumpre um papel crucial. As crianças da atualidade sofrerão ainda mais com os efeitos do aquecimento global, e também são a grande esperança para mudar esse quadro. Por isso, precisam desde cedo, ainda na pré-escola, se familiarizarem com a temática e despertarem a consciência ambiental. A educação ambiental deve estar presente em todas as etapas do ensino de forma transdisciplinar, sendo absorvida não só nas aulas de biologia e geografia.

Pesquisa da USP analisa iniciativas de educação ambiental nas escolas

Uma pesquisa de Patricia Matsuo, do Instituto de Biociências (IB) da USP, explora como a educação ambiental nas escolas pode auxiliar na conscientização e prevenção dos desastres naturais. O trabalho, finalista do Prêmio Tese Destaque da USP 2023 e vencedor do Prêmio Capes de Tese 2023 na categoria de Ensino, avalia práticas educativas inscritas nas quatro primeiras edições da Campanha #AprenderParaPrevenir, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Inciativas de 238 escolas, a maior parte do ensino público, foram analisadas.

O Jornal da USP traz mais detalhes sobre a pesquisa, mas para quem atua na educação básica, o importante é ver como já existem excelentes iniciativas de educação ambiental sendo executadas nas escolas, que podem inspirar ainda mais ações que farão toda a diferença. Os dados foram obtidos por meio de um cadastramento voluntário das escolas, universidades e Defesas Civis de 118 municípios do Brasil.

A pesquisa avaliou uma grande variedade de práticas, que vão da organização de debates em sala de aula até a construção, com garrafas PET, de pluviômetros – equipamentos responsáveis pela medição da chuva. Os alunos fizeram um trabalho de monitoramento da precipitação na área de suas escolas, além de realizarem uma comparação dos dados com os de instituições oficiais. Esse exemplo traz a multidisciplinariedade, um dos fatores valorizados no estudo da pesquisadora da USP.

A matéria lembra do gravíssimo desastre ambiental ocorrido em São Sebastião em fevereiro deste ano, quando uma chuva torrencial de mais de 600 mm em poucas horas resultou em 64 mortes e milhares de desabrigados. Os moradores de áreas de risco não foram notificados previamente para deixar suas casas. Um trabalho de educação ambiental, como a oficina de pluviômetros, ajuda a despertar nas crianças e adolescentes o conhecimento sobre os riscos, e eles podem alertar seus pais e familiares, evitando tragédias como essa.

Como uma entidade que nasceu para ajudar iniciativas de impacto social por meio da educação, o Instituto Órizon considera a educação ambiental um dos principais campos onde organizações sociais com foco educacional podem fazer a diferença. Se você atua na área, vale baixar e estudar a pesquisa da Patrícia Matsuo para conhecer as iniciativas já em andamento na rede de Educação Básica e se inspirar para fazer a sua!

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