Brasil cai na lista dos países mais generosos do mundo em 2022

Christ the Redeemer, Brazil

Quais são os países mais generosos do mundo? Esta pergunta pode ser respondida olhando o World Giving Index, indicador baseado em uma pesquisa global com milhões de pessoas sobre seus hábitos de solidariedade. Desde 2009, o World Giving Index pergunta se a pessoa, naquele mês, prestou ajuda a um desconhecido, fez uma doação em dinheiro ou realizou trabalho voluntário. A última pesquisa, com dados colhidos em 2022, foi realizada em 142 países, e o posto de país mais generoso ficou, pelo sexto ano seguido, com a Indonésia. Em seguida vêm Ucrânia, Quênia, Libéria e Estados Unidos.

A pesquisa estima de 4,2 bilhões de pessoas praticaram um ato de solidariedade em todo o mundo no ando de 2022. Isso corresponde a 72% da população mundial adulta. O World Giving Index traz outros insights interessantes. Por exemplo: as pessoas que avaliaram sua vida em termos positivos foram mais propensas a terem feito um ato de generosidade; e imigrantes são mais propensos a doar do que os nascidos no próprio país.

O WGI tem mostrado uma relativa estabilidade nesse patamar elevado nos últimos anos, mostrando que a vontade de ajudar o próximo é realmente inata ao comportamento humano. Nos últimos anos, crises e desastres naturais como a pandemia da Covid-19, guerras e eventos climáticos extremos vêm impulsionando esse sentimento. O indicador mostra que não necessariamente são os países mais ricos que mais doam. A Libéria, por exemplo, é um dos países mais pobres do mundo e ficou em quarto lugar.

Queda do Brasil não deve assustar

E o Brasil, como está nesse ranking? Infelizmente tivemos uma queda acentuada em relação ao levantamento anterior, que usou dados de 2021, quando a pandemia ainda estava no auge. Se em 2021 ficamos entre os 20 primeiros, em 2022 caímos 71 posições e figuramos em 89º. O Brasil teve queda em todos os indicadores. As doações para ONGs passaram de 41% para 26%; a ajuda a estranhos teve queda de 76% para 64%; e o voluntariado passou de 25% para 21%.

Esses números assustam, mas devem ser vistos com cuidado. 2021 representou um auge para as doações, e é natural que elas diminuíssem quando a pandemia e a crise econômica resultante dela fossem controladas. Além disso, o Brasil viveu um ciclo inflacionário entre 2021 e 2022 que apertou os orçamentos, e para muitos sobrou menos dinheiro para ajudar os outros. 2022 também foi ano eleitoral, com toda a incerteza decorrente. Além disso, países que passaram por crises graves em 2022, como a Ucrânia, naturalmente também saltaram no ranking.

Temos falado bastante aqui no blog do Instituto Órizon sobre o quando a cultura de doação e a filantropia têm se consolidado no Brasil, e também sobre como ainda há como aumentar muito o volume de recursos doados. O ambiente regulatório tem avançado, e a diminuição da burocracia para doações via incentivo fiscal, por exemplo, podem impulsionar ainda mais a filantropia em nosso país. Este também é o propósito do Instituto Órizon!

Por meio do Venture Philanthropy, buscamos aproximar o mercado de Venture Capital do investimento social e de impacto, e além de apoiar financeiramente e com recursos não-financeiros OSCs que atuam com educação, também divulgamos pesquisas, estudos, tendências e outros conteúdos sobre filantropia e cultura de doação aqui no blog e Linkedin, como a World Giving Index.

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